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Quarto e quinto círculos do amor - Concordar com todos os seres humanos e com o mundo.


Os três primeiros círculos têm a ver com a consciência e a necessidade de compensar. O que acontece no quarto círculo com a capacidade de dar e de tomar?

O quarto círculo ultrapassa os limites da consciência. Nele eu concordo com todas as pessoas de minha família como elas são, inclusive os excluídos e os difamados. Aqui se trata da plenitude interna, isto é, todos os que pertencem à minha família ganham um lugar em minha alma, inclusive os que foram rejeitados, desprezados e esquecidos. Sem eles eu me sentia incompleto, no corpo e na alma. Somente quando os incluo em minha alma e em meu amor é que me sinto pleno e inteiro.


O mesmo movimento em que incluo em meu amor o que até agora foi excluído ou temido, eu estendo, em seguida, a todos os outros seres humanos. Este é o quinto círculo do amor.


O quinto círculo do amor se dirige à humanidade, ao mundo, enquanto tal. Aqui se trata de concordar com o mundo como ele é. Isso diz respeito à capacidade de reconciliação entre os povos, por exemplo. Este é o amor universal, que sabe que somos movidos por poderes superiores.


Que imagem do ser humano está por trás desses círculos do amor?

Para mim, todos os seres humanos são bons. Cada um é apenas da maneira como pode ser. Ninguém pode ser diferente do que é, em sua situação. Por isso, trato a todos com o mesmo respeito. Essa atitude, esse modo de proceder é uma realização da própria alma. Ninguém pode dispensar o outro dessa realização. Muitos que buscam ajuda querem tê-la sem realização pessoal, mas quando sentem quanta alegria essa realização lhes proporciona, essa compreensão lhes abre novas possibilidades de se moverem na vida. Isso sempre passa por uma compreensão. A emoção do amor tem pouca compreensão. Quando fico estacionado nessa emoção, pouca coisa acontece, fico amarrado. No quarto e no quinto círculos do amor ultrapasso essa estreiteza e atinjo um nível espiritual.


“Quem se alegra com a própria mãe, ganha”

Sobre felicidade e alegria



Isso nos torna felizes?

A felicidade é uma dádiva. Ela vem sempre de uma relação. Como devemos nos relacionar para sermos felizes? - Somos felizes quando nos alegramos com uma relação. Nenhuma relação posterior tem êxito enquanto a relação primária não for bem sucedida. Todo relacionamento começa com a mãe. A maioria dos problemas surgem quando algo nessa relação não se realizou em plenitude. A alegria começa com a mãe. A felicidade mais profunda da criança consiste em estar com a mãe - essa é a felicidade original. Mais tarde, naturalmente, ela precisará também buscar outras pessoas. Mas isso não importa, pois ela já leva consigo a felicidade original. Mais tarde há uma distância maior, mas o fundamental consistiu em olhar a mãe nos olhos e dizer-lhe: “Sim, eu me alegro porque você é minha mãe. Esta é para mim a coisa mais bela que existe: que você é minha mãe”.


E o pai?

O pai também conta, naturalmente, mas a felicidade começa com a mãe. Nesse particular o pai e a mãe não estão no mesmo nível. Existe um desnível. O pai sabe disso, mas não precisa ficar com ciúme, porque o mesmo aconteceu com ele em relação à sua mãe. Quem pode alegrar-se com sua mãe, ganha.


Essa é a sua introdução à felicidade?

Pode ser, se assim o preferir. É assim que nos chega a plenitude da vida e da felicidade. Esta é a base para toda felicidade ulterior. É também a base para o amor à natureza que é, por assim dizer, a grande mãe.


A criança pequena toma tudo em sua alma. Aí não existe, ainda, nenhuma resistência. Esta só aparece mais tarde.


Por experiência pessoal, fiz uma importante observação sobre a felicidade. Quando tomo totalmente em mim minha mãe ou meu pai - sem nenhuma restrição - “Você é minha mãe, assim eu tomo você”, “Você é meu pai, assim eu tomo você”, toda a plenitude de meus pais vem para a minha alma. Nisso não tomo algo de meus pais em mim, tomo os meus pais em mim, com tudo o que isso envolve e tudo aquilo que eu não considerava bom fica fora de mim - curiosamente. Junto com essa pessoa só recebo o seu lado bom - nada mais.


Em minha formação como terapeuta corporal fizemos um exercício de que me lembro especialmente. Devíamos imaginar primeiro nossos pais como crianças, dançando de mãos dadas conosco. Depois, imaginá-los como adultos, quando se encontraram. Em seguida, devíamos receber os pais em nossos próprios corpos, imaginando como eles atravessavam nossas entranhas e chegavam ao nosso coração. Em nossos corações devíamos, então, preparar um lugar para os pais, onde eles se amam e nos geram. Isso pode servir como uma imagem do que o senhor tem em mente?

É uma bela imagem.


Quem é que devo acolher exatamente? A mãe que me abandonou? O pai que espanca a mãe? Estou imaginando uma alcoólatra desamparada, que nunca cuidou de sua filha. Quem tomo então? A mãe ideal, como ela poderia ser? Uma parte da mãe que experimentei como boa e nutriente?

Eu tomo a mãe e o pai como pessoas - esta é uma distinção importante - não o que me deram ou o que me recusaram. Isso não importa aqui. O que eu tomo é a pessoa e na medida em que a tomo, possuo-a em plenitude.


Isso não é uma enorme idealização do materno e do paterno? Com isso eles recebem uma responsabilidade quase sobre-humana.

Posso assegurar que a ligação com a mãe está perturbada em oitenta por cento das pessoas que procuram terapia. A verdadeira terapia termina conectando a pessoa com sua mãe.


O que acontece quando não se consegue esse contato com a mãe?

Essa pessoa está perdida e não pode entrar em nenhum relacionamento.


Isso soa de modo terrível. “Perdida”, “nenhum relacionamento"- é questão de tudo ou nada. Onde é que fica o pai?

Muitos problemas das crianças também nascem por não terem acesso ao pai. Somente a mãe pode abrir o caminho para o pai, com isso, ela tem um poder incrível. Ninguém mais pode abrir o caminho para o pai.


Não consigo entender isso. O que o senhor está querendo dizer?

Que a mãe ame na criança o pai, como ela fez no início. Sua frase seria então: “Eu me alegro se você se tornar igual a ele”. Então a criança sabe: “Ela se alegra se eu me aproximo do pai.” Isso abre o caminho para a criança, e ela ganha uma força especial. Antes de tudo, ama a sua mãe muito mais do que antes.


Isso significa que a chave de tudo é a relação entre o filho e a mãe e, para além dela - mesmo quando os pais estão separados - a ligação afetuosa de ambos com o pai, pois existem muitas mulheres que, depois de um divórcio, dizem a seus filhos ou pelo menos pensam, em tom de desprezo: “Meu Deus, você é igualzinho ao pai”. Isso significa, mais uma vez, que nós, mulheres, podemos errar mais.

Eu diria isso de outra maneira. As mulheres têm as maiores possibilidades.

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