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Os cinco círculos do amor - 3º círculo do amor - Dar e tomar

"Então chegamos ao terceiro círculo. Aí vale, em primeiro lugar: dar e tomar. Não dar para receber, simplesmente dar e tomar.

O adulto consegue igualmente dar e tomar.

Por que ele consegue, ao contrário da “criança adulta”?

É mais fácil dar do que tomar, porque dando eu me sinto superior. Quando tomo para mim, reconheço-me dependente, como uma pessoa entre outras.

Existem pessoas que apenas tomam.

Isso depende da maneira de tomar. O verdadeiro tomar não comporta exigência. Quando tomo o que o outro me dá, confesso-me carente. Na Bíblia se diz que “é mais feliz dar do que receber”. Uma das razões disso é que quem dá sente-se superior e grande.

Então o senhor não toma esse dito como um conselho moral, mas como um insight sobre o que se esconde por trás do ato de dar? Então estamos há muitas gerações num enorme mal-entendido.

Tomar o amor, como uma pessoa entre outras, tem grandeza. Quando posso tomar dessa forma, também posso dar. O dar começa com o correto tomar.

Nas relações adultas é importante que cada pessoa possa, de algum modo, tomar da outra. Essa é a compensação mais importante. Não é preciso que ambas deem na mesma medida, mas que tomem para si na mesma medida. O ato de tomar reciprocamente é o mais difícil. Ele une mais profundamente, pois ambos estão na posição de quem necessita. Isso une.

Poder tomar tem muito a ver com doação, e doação só funciona sem controle. Porém existem pessoas que constantemente doam, porque querem receber alguma coisa. Elas dão para receber. Estão constantemente dando, mas não conseguem realmente tomar.

Elas dão na expectativa de receber e, sobretudo, eles tem pouco respeito pelas outras pessoas, pois se consideram melhores e permanecem numa posição de superioridade.

Existem também os que sempre têm algo a reclamar quando recebem alguma coisa. Os presentes nunca são suficientemente bons. Isso acontece frequentemente entre homens e mulheres.

Isto mostra que tomar é uma arte elevada. Trata-se de tomar, valorizando o que se toma. Essa é a arte. Portanto, em termos práticos do dia-a-dia, isso significa que devo tomar tudo o que recebo, mesmo quando não corresponde ao que eu imaginava? Creio que se poderia escrever um livro com sátiras sobre essas situações penosas, amargas e decepcionantes em que as pessoas se presenteiam e os presentes não são adequados, porque não são suficientemente bons ou se desejava receber outra coisa. Sinto vergonha em lembrar como recusei, troquei, passei adiante ou devolvi presentes de meu marido.

Tudo tem algum valor. Quando alguém me dá alguma coisa, ele me deseja algo de bom. Eu o tomo assim, porque me é dado por ele. Nesse momento tudo o que ele dá se toma valioso. Aquilo se transforma e, de repente, eu percebo: “Ah, isso também tem para mim algo de belo”. É nisso que consiste o tomar.

Como pessoas adultas, devemos dar sem esperar receber do outro algo que ele não pode dar-nos. Essa atitude nos dá força para nos tornarmos pais ou mães. Nela, o tomar se completa e começa a transmissão, o intercâmbio entre as gerações. Este é o terceiro círculo.

Quando ambos, o homem e a mulher, tomaram totalmente seus pais e se tornaram um casal, eles deixam fluir aquilo que veio de seus pais. Então se dão reciprocamente, a partir dessa plenitude, mas a experiência mostra que isso nem sempre se consegue." Bert Hellinger


Meditação sobre o terceiro círculo do amor


Coloco-me diante de meu parceiro e olho primeiro para a direita, para os meus pais. Vivencio, mais uma vez, o processo de tomar o amor de meus pais. Meu parceiro está diante de mim. Por sua vez, ele também olha primeiro para a direita, para seus pais, c vivência de novo o processo de tomar o amor de seus pais. Depois de olhar para meus pais e também para meus ancestrais, olho para os pais do parceiro e para os seus ancestrais. Vejo tudo o que eles lhe deram, e como ele se enriqueceu com isso. De repente, algo muda em nossa relação, pois meu parceiro me aparece de uma outra maneira, e o amor de seus pais também se manifesta nele.

Ao mesmo tempo, vejo também o lado difícil que lhe pesou, o que lhe aconteceu. Vejo isso como algo que ele toma para si, como uma força, e o que parecia tão pesado permanece fora. O mesmo faço com o que é pesado para mim. Então nos olhamos de novo nos olhos. Eu lhe digo: sim. E ele me diz: sim. Ambos nos dizemos mutuamente que agora estamos prontos um para o outro.


Segunda meditação sobre o terceiro círculo do amor

Mais tarde o casal recebe uma criança. A mulher recebe a criança do marido, e o marido recebe a criança da mulher. Ambos dizem: “Nossa criança”. Eles se veem nela como partes de um todo maior. Eles são sempre apenas uma parte da criança e se exercitam para ver em tudo também o parceiro, e para aceitá-lo em tudo. Olho para essa criança, a nossa criança. Atrás dela vejo meu parceiro c tudo o que há de especial na família dele. Vejo tudo o que nela é diferente de minha família e o tomo, como igualmente válido, em meu coração. Nesse momento a criança tem o mesmo valor para ambos e pode unir-se da mesma forma a ambos os pais. Cada parceiro diz ao outro: “Esta é a nossa criança: tem a sua parte, como pai (mãe), e a minha parte como mãe (pai). Assim se enriquece a criança e a relação.

O que acontece quando um casal se separou e tem filhos?

Separações acontecem, via de regra, quando um parceiro se retira para sua família de origem. Ele retoma por não ter tomado alguma coisa ou, talvez, por ter-se intrometido, não deixando com os seus pais o destino que lhes toca.

Muitas separações advêm porque um dos parceiros se decepciona. As expectativas que tenho em relação ao meu parceiro são frequentemente as mesmas que, em criança, eu tinha em relação aos meus pais. Agora espero que o meu parceiro as satisfaça, mas ele não as satisfaz e também não pode satisfazê-las. Então me decepciono com ele e separo-me, por causa disso. Esse é um dos padrões de separação. Nesse particular é útil exercitar-me primeiro em realmente tomar os meus pais. Então, já não preciso esperar isso do meu parceiro. Nossa relação fica mais sóbria.

Há, contudo, mais alguma coisa que pode levar a separações. Existe um crescimento pessoal, um destino pessoal. Talvez um dos parceiros esteja vivendo uma evolução importante para ele, e o outro parceiro sinta que o seu próprio caminho não é o mesmo. Então cada um concorda com o caminho do parceiro e com o seu próprio caminho e ambos se permitem segui- lo. Algumas vezes isso também pode ser um motivo de separação, mas essa é uma separação com amor. Os parceiros podem se dizer reciprocamente: “Eu amo você e amo o que me conduz e o que conduz você”. Esta é uma frase profunda. A separação, quando ocorre, é mais fácil para ambos. Muitas vezes, porém, somente um dos parceiros a diz, e o outro se opõe. Então um diz ao outro: “Meu crescimento pede isso de você”.

De você e dos filhos?

Dos filhos, não. Aos filhos a gente diz: “Ficarei sempre com vocês.” Um crescimento separado dos filhos não pode ser um verdadeiro crescimento. Isso só ocorre em casos muito excepcionais. A gente pode dizer a eles: “Peço que aceitem minha separação de sua mãe - ou de seu pai -, mas ambos estaremos sempre presentes para vocês”. Isso é difícil para os filhos, mas é uma possibilidade de crescimento para todos, se é feito dessa maneira. E todos permanecem unidos.

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